FAUFBA :: ATELIER V 2007 :: RECORTE SALVADOR

terça-feira, 17 de abril de 2007

UTOPIA

o livro UTOPIA de thomas morus está disponível para download:

http://www.laboratoriourbano.ufba.br/recortesalvador/arquivos/utopia.zip

obrigado, felipe!

domingo, 15 de abril de 2007

Comentários

Gostaria de saber o que vocês acharam das palestras desta semana, eu espero comentários. Para mim, o mais interessante foi ouvir pontos de vista tão diferentes (além da platéia também de campos distintos) sobre o mesmo tema, que chegavam a ser contraditórios, indo de uma quase apologia fetichista do corpo-espetáculo, diretamente relacionado à cidade-espetáculo (Canevacci e Ribeiro), até a crítica da profusão de imagens do corpo, pornográficas ou não, na cidade (Baudry), passando pela análise da fragmentação do corpo e da própria cidade contemporânea (Jeudy). Como vocês já sabem, eu acredito que a experiência corporal ordinária (ao contrário das profusão de imagens publicitárias do corpo-espetáculo) pode vir a ser um ato de resistência ao nocivo processo contemporâneo de espetacularização urbana (vejam os textos sobre o tema no Cadernos do PPG-AU/FAUFBA especial «Territórios Urbanos e Políticas Culturais». Download completo disponível em http://www.laboratoriourbano.ufba.br/territorios.htm). Mando abaixo uma citação de Michel de Certeau do livro " A invenção do cotidiano" que nos fala dos praticantes ordinários da cidade (que vivenciam a cidade no seu cotidiano), que têm um conhecimento cego da cidade (vocês lembram do uso das vendas ?), o que permite um outro conhecimento do espaço e da cidade. Este tipo de experiência urbana ordinária não estaria mais relacionado somente à visão, às imagens urbanas:

“É embaixo, ao contrário, a partir dos limites onde termina a visibilidade, que vivem os praticantes ordinários da cidade. Forma elementar dessa experiência, eles são os andarilhos, Wandersmanner, cujo corpo obedece as plenitudes e discontinuidades de um texto urbano que eles escrevem sem poder ler. Esses praticantes brincam com os espaços que não são vistos; eles têm um conhecimento tão cego do espaço quanto no corpo a corpo amoroso. Os caminhos que aparecem nesses encontros, poesias tiradas de cada corpo é um elemento assinado entre vários outros, que escapam da lisibilidade.”

Michel de Certeau, L’invention du quotidien (1980), [tradução brasileira: A invenção do cotidiano, 1. Artes de fazer (Petrópolis, Vozes, 1994)]